Finalmente Chegouuuuuuuuuuu!!!

Finalmente Chegouuuuuuuuuuu!!!
CRIZINHA - UMA REPÓRTER EM CRISE... 1 POST LOGO ABAIXO! LÊ AI...

terça-feira, 14 de agosto de 2012


Carta ao João Victor
João, irás nascer daqui um pouco mais de um mês, e nem imaginas o quanto es esperado. Mas em breve vais ser do tamanho do teu pai, e você já reparou como ele é grande? Grande em todos os sentidos, e isso é a maior sorte para quem acaba de chegar ao mundo. Em tempo: hoje é o dia dele, DIA DOS PAIS! Ainda não podes abraçá-lo, mas vais ter muito tempo - e motivo - pra isso. 
Bem-vindo, aqui é o teu lugar. É bastante espaçoso, ainda que as pessoas costumem sair pouco do próprio bairro. Tem muita beleza e muita miséria, e já é bom ir se acostumando com as contradições, porque é o que mais há. Tem gente que nos diz não, mas faz isso para nosso bem, e tem gente que só nos diz sim, mas faz isso mais por preguiça do que por amor. Em alguns dias ensolarados, você se sentirá inesperadamente triste, e alguns temporais vão trazer a você muita esperança. 
Certas pessoas têm uma aparência decente e altiva, mas são ocos por dentro - e podem até ser maus - enquanto que outros são quietos, discretos, parecem não valer grande coisa e no entanto são os verdadeiros super-heróis, as tais criaturas fascinantes que tanto procuramos pela vida. Como descobrir as diferenças? Não se deixando levar por preconceitos e idéias prontas. Aproveite, João, que nada está pronto, você é que vai escrever sua história, e deste ponto onde você está, a estrada é infinita. 
Tomara que você goste de futebol, porque a esta altura você já sabe em que família foi se meter. Uma ala é corinthiana fanática e a outra é portuguesa doente, sem contar nos são paulinos que também ocupam parte da família. Não queria estar no seu lugar. Mas sempre é possível escapar para outros esportes, que também tem tradição na sua árvore genealógica, principalmente na ala do seu avô materno Guariba. 
Mulheres? Você em breve vai conhecê-las nos parques, na escola, e prepare-se, elas não estão para brincadeira. São decididas e autoritárias, mas não se assuste, também sabem ser engraçadas e sedutoras, você vai ter um trabalho danado, mas não vai se queixar nem um minuto. 
Parques, escolas, alimentação, educação… Infelizmente não é assim pra todos, não demora você vai conhecer a palavra que mais envergonha este país: injustiça. Uns podem, outros não podem, e isso gera uma bagunça que é bem mais séria do que um quarto desarrumado. 
Um país desarrumado faz muita gente sofrer, ninguém encontra nada: onde estão os escrúpulos, a dignidade, estará tudo embaixo da cama? Somem, desaparecem, e então começa um jogo de empurra, “foi ele”, “não fui eu”, “não sei de nada”, e a bagunça só aumenta. Digo que desde já você está metido nesta história e pode ajudar, sim. Como? Guardando bem os seus valores. 
Está achando que vai ser chato? Nada, João Victor. Se você tiver bom humor e uma cabeça aberta, vai curtir música, cinema, livros, viagens, praia, aventuras, internet, sem falar em outros interesses que nem posso prever aqui, já que as coisa evoluem da noite pro dia. Só o que posso adiantar é que vai ser um pouco fácil e um pouco difícil, é assim pra todo mundo. Enquanto você se equilibra de um lado pro outro, nunca se esqueça do mais importante: divirta-se filho.

sábado, 11 de agosto de 2012

Debaixo d'água/Agora Maria Bethânia

É verdade. Estou afastada desse blog. Mas não somente dele: dos outros blogs, dos livros, do cinema, da música. Um verdadeiro calvário. Tudo isso por conta de uma novidade que já não é tão nova para muitos aqui – imagino. Pois é...não escrevi antes pois não é este o objetivo do blog. Mas devido a tantas mudanças e transformações que ando vivendo, passei finalmente para dar um "Alô" para os meus leitores e amigos de plantão que sempre me cobram com tanto carinho. Estou grávida! Assim mesmo, com exclamação e tudo. É minha gravidez primeira, passei os primeiro mês sem cair a ficha, mas quando ouvi o coração do meu filho bater pela primeira vez chorei que nem criança.

Acho que não é justo dizer que a gravidez me roubou a inspiração, a paciência, então, no máximo, direi que ela as tomou para si. Fica até mais bonitinho e não agride o filhinho ou a filhinha a caminho. As descobertas desse momento são muitas, é uma espécie de redescobrimento – e confesso: imaginava que sabia mais de mim. Engodo. Todos os dias viro a montagem de outra pessoa que, em essência, continua a ser eu, entretanto, já olha e avalia as coisas da vida de outra maneira. Pois é, tudo o que já disseram sobre maternidade é verdadeiro; estou na fase do repeteco.

Esse período que vivo rememorou a canção que é um clássico para as grávidas: "Debaixo D'água". Composta pelo Arnaldo Antunes, mas disseminada lindamente na voz da Maria Bethânia. Adoro os dois e agradeço à gravidez por ter me devolvido a lembrança musical escondida há anos. Estar grávida, especialmente nessa primeira viagem que enfrentamos (e aqui incluo a fundamental presença do papai Marcello), é esperar um furacão mesmo. No sentido de intenso, devastador da personalidade anterior à de mãe e de pai que também estão para nascer.

Gravidez tem um quê de terremoto, de bomba, mas de flor. Ainda me admira um homem alcançar esses versos de maneira tão precisa como na música. Estou grávida, na ansiedade de quem espera um avião chegar com a pessoa amada dentro. De sensações e sentimentos misturados no liquidificador. E vou parir um novo ser, como deve ser. E vou parir outro ser, que serei eu.


domingo, 29 de janeiro de 2012

INTERESSANTE

Primeiro artigo publicado da Coluna - "CRIZINHA, UMA REPÓRTER EM CRISE" -

Com muito bom humor e senso crítico "eu" a jornalista Cristina Guariba, conta suas agônias, dúvidas e interesses de situações corriqueiras e outras nem tantas do nosso dia a dia. Idealizada em 2011, e aberta aos leitores de plantão em 2012, inicio o ano com um ótimo questionamento para qualquer ser humano... 
Será que ligamos no automático, e viramos marionetes? Reflitam...

Estamos obcecados com “o melhor”. Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho. Bom não basta. O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor". Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer. Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter. O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego. Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos. Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários. Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis. Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos,  é mais do que suficiente. (Tenha certeza que vc será muito mais feliz). 
Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência? 
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa? 
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto? O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"? 
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe ummelhor e dez vezes mais caro? 
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"? Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom que já temos". 
A casa que é pequena, mas nos acolhe; 
O  emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria;
A TV que está velha, mas nunca deu defeito;
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos"; 
As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo; 
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem; 
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso? Ou será que isso já é o melhor, e,  na busca do "melhor",  a gente nem percebeu?


Reflitam, as vezes é tão fácil ser feliz com menos do que ser infeliz , sendo o "melhor".

Ps.: Em breve, um post novo na outra Coluna "O Fantástico Mundo de Cristina" :) com vídeo...!!! Aguardem